Filha de um cabeleireiro brasileiro e de uma bióloga alemã, Sophie Charlotte já começou a vida com uma história diferente. Nascida em Hamburgo, na Alemanha Ocidental, a morena veio para o Brasil aos sete anos, onde cresceu e se tornou uma belíssima mulher e talentosa atriz. Bailarina, formada em ballet clássico, jazz e sapateado, Sophie começou a carreira como atriz aos 17 anos, com uma participação em Sítio do Picapau Amarelo, mas o destaque veio como protagonista da novelinha teen Malhação. Fez outros trabalhos marcantes, e, agora, está de volta às telinhas, como uma das protagonistas da nova novela das sete, Sangue Bom, de Maria Adelaide Amaral e Vincent Villari. Em entrevista, ela falou com a Conta Mais sobre sua nova personagem, a it girl Amora, sobre coisas da vida e muito mais. Confira.
A Amora será a vilã da história? Só tem ela de vilã? Como é essa personagem?
Na verdade, essa novela é diferente. É leve e trata coisas da vida de uma maneira mais real, sem aquela do vilão malvado, do antagonista. Tem mais a ver com o dia a dia das pessoas, do jogo de interesses. O que define essa condição de ‘vilão’ tem muito a ver com o que a pessoa faz com seus rancores. No caso do personagem do Humberto Carrão, por exemplo, que já chega à trama com essa atmosfera de querer o que é dos outros, de ter essa inveja nele. Se não fosse isso, ele seria um mocinho. Mas é esse comportamento de invejoso que o levou para esse lugar. E no caso da Amora é mais ou menos isso também. Só que ele começa com inveja de todo mundo, querendo seu lugar ao sol, tomando tudo de todo mundo. E a Amora começa lá em cima, tentando se manter. A vilania dele começa querendo tirar o que é dos outros e a da Amora é passar por cima das pessoas. A Bárbara Ellen (Giulia Gam) é outra personagem que tem essa vertente, tudo pode acontecer com ela também. Para ter ideia, ela adota os filhos para aparecer.
E como foi pra você compor uma it girl? Porque a Amora é uma menina que dita moda. Como foi compor a Amora?
Então, foi um presentão. Imagina que a novela entrou no ar bem no dia do meu aniversário. A composição passou por diversos momentos, como a mudança no visual, os cabelos curtos, o jeito de encarar as coisas, a forma de se vestir, de andar. Essa é minha primeira personagem que usa salto do início ao fim. A Stéfany, de Tititi, também teve essa coisa do salto alto, mas não era muito do perfil da personagem, e sim de alguns momentos dela. Diferente da Amora, que nunca desce do salto, tem uma postura diferente. Além do visual, também pesquisei blogs, conversei com algumas blogueiras e fui saber o que é ser uma it girl, o que se passa pela cabeça delas, de onde vinham. Pesquisei moda, tendências. Na verdade, tudo isso virou um grande negócio. Também corri atrás de me aprofundar no outro lado da Amora, o fato dela ter morado na rua. Então, mergulhei muito no texto da Maria Adelaide, nos traumas da Amora e procurei entender a conexão de uma coisa na outra, porque ela acaba sendo o que a mãe adotiva sempre quis e tenta esconder quem ela é. Medo da rejeição, talvez.
E quem foi o responsável pela repaginada no cabelo? Você já se acostumou com o corte novo?
Foi o Fernando Torquatto. E estou adorando! É ótimo, prático, mas confesso que, às vezes, passo na frente do espelho e penso: ‘nossa, sou eu, Sophie’. Porque sempre usei cabelos compridos. Então, de vez em quando me surpreendo. Mas adorei a leveza, a agilidade. Deu movimento e isso reflete muito na personagem, assim como o figurino também.
Amora terá alguns toques de humor?
Não sei exatamente, mas acho que, no caso da Amora, e toda essa loucura que ela vive de ter um milhão de sapatos, ter cinco sapatos iguais, de se preocupar muito com a imagem, de estar sempre pronta para fotografar ao lado da mãe, enfim, isso tudo é muito louco. Acho que acaba sendo um braço para o humor, talvez. Porque ela fica desconcertada em alguns momentos, já que é muito controladora e está acostumada a estar sempre perfeita. Aí, claro, haverá momentos em que vai escorregar desnorteada.
E para manter a forma, o que você faz no dia a dia?
A rotina agora deu uma desandada porque ainda estou me ajustando por conta dos horários. Mas acho muito importante manter uma rotina saudável. ‘Mente sã, corpo são’, ambos completamente disponíveis para o trabalho. Porque, quando você não se alimenta bem, não se exercita, chega ao trabalho já meio prejudicada. Eu estou cuidando muito da minha alimentação, do que vou comer durante o dia. Trago os meus potinhos, minhas frutas, algumas barrinhas de cereal. E, durante uma troca de roupa, aproveito para comer uma banana, uma maçã. Acho que é assim que tem que ser.
E os exercícios físicos? Você frequenta academia numa boa? Como é essa relação com a malhação?
Não vou te dizer que acordo no ritmo, naquela onda de “uhuuu, vou correr agora tantos quilômetros!”. Não estou nesse pique ainda. A gente ouve dizer que as pessoas que correm há mais tempo sentem aquela necessidade de sempre fazer a atividade, e que a pessoa não consegue mais ficar sem o exercício. Mas eu estou ainda nesse caminho. A minha questão não é exatamente estética. Claro que é uma consequência, mas minha preocupação é manter a saúde em dia. Eu sei da importância disso para o meu pacote estar ok, por uma questão de bem-estar. Muita gente fica preocupada com o que vai sair na foto e, se eu fosse pensar só nisso, poderia simplesmente parar de comer. E não é o caso, porque penso em estar bem daqui a 20 anos.
E como é pra você trabalhar sem a direção do Jorge Fernando? Como é esse peso de protagonista?
Acho que a casa, a Rede Globo, tem excelentes profissionais. Claro que tenho um carinho pelo Jorginho todo especial, ele sempre foi muito querido comigo. Mas confio na capacidade de todos os profissionais daqui. Sei que cada um tem uma assinatura diferente em seus trabalhos, então, só quero fazer jus a essa confiança que depositaram em mim, tantos dos produtores, como dos diretores e autores.
Tem algo da Amora na Sophie ou vice-versa?
Acredito que todos os personagens acabam tendo um pouco da gente, porque somos nós ali, a nossa visão daquele tipo de comportamento. E também que a gente acaba pegando algo deles. Acho que a Amora fez com que eu me aprofundasse em questões relativas à moda, tendências e acabou mudando um pouco meu olhar no dia a dia, e em relação à forma como a gente se veste para determinadas ocasiões rotineiras. Informação é tudo inclusive na moda. Quando se tem acesso à informações mais aprofundadas, um universo de possibilidades se abre à nossa frente e, com isso, conseguimos passar tudo aquilo com mais facilidade.
Na história da Amora tem a questão da adoção e você tem uma história de adoção na família. Pensa em, um dia, adotar uma criança?
Acho que muita gente, mesmo sem a minha história, pensa nisso em determinados momentos da vida. Mas deram um peso muito grande nessa história da minha família, que eu fiquei bem incomodada. Acho bacana e muito válido a adoção, claro. No entanto, acho que todos devem ter o direito de adotar, sendo que devidamente acompanhado por um juizado. Porque muitas vezes a pessoa tem condições financeiras, mas não tem nenhuma condição emocional. Sobre pensar em adotar, no momento, eu não penso nisso, porque meu foco está totalmente voltado para o trabalho.
Como vai o coração da Sophie e a relação com o Malvino salvador? Sai casamento?
Estamos juntos há três anos. Felizes e de bem com a vida. Quanto a casamento, acho que todo mundo, quando está com alguém que ama, faz planos. Mas, nesse momento, meu foco é a novela. Um novo trabalho que está aí e precisa de toda a minha dedicação.
Fonte : Conta Mais
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